Page 12 - Marinha em Revista
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PLANEJAMENTO recerem proteção blindada à tropa, Isso foi tarefa para o Grupo de
Duas forças discutem em conjun- permitindo que os soldados se apro- Controle (GruCon), que criou even-
to o planejamento da missão: a Força ximem mais do alvo em segurança, tos e os inseriu no exercício durante
Tarefa Anfíbia (ForTarAnf), que per- algo essencial em um combate em a sua realização. Sem ter o objetivo de
tence ao Corpo da Armada e é res- terra. interferir na manobra realizada pelos
ponsável pelos meios navais, e a Força “A viatura blindada também ofe- Fuzileiros Navais, mas apenas garan-
de Desembarque (ForDbq), integrada rece ação de choque. Causa um efeito tir que as tropas fossem testadas e
pelos meios de fuzileiros navais. psicológico na tropa inimiga. O ho- avaliadas adequadamente, o GruCon
Embora atuem no mesmo nível de mem está numa trincheira e vê uma teve à sua disposição 64 eventos du-
planejamento, com o início da missão, coluna pesada de blindados fazendo rante a ação.
a ForDbq ica subordinada à ForTa- barulho, tremendo o chão, e isso cau- “Criamos o evento e tivemos um
rAnf. Um sistema de organização que sa um efeito choque, um efeito psi- observador que estava em terra ava-
não impede a interoperabilidade e o cológico, naquele inimigo”, explica o liando a tropa. Ele foi avisado pelo
diálogo constante entre os setores, que Capitão de Fragata Zupo Valente. GruCon sobre o que ia acontecer”,
dependem um do outro para que a airmou o comandante Anderson da
missão seja bem-sucedida. GRUPO DE CONTROLE Costa.
“Essa interoperabilidade ocorre, No contexto criado para a Operação Assim, dependendo da resposta
cada um tem o seu papel, e a Força de “Dragão 38”, o inimigo tinha capacidade da tropa a cada obstáculo criado, ou-
Desembarque tem demandas que são nuclear, química, biológica e radiológica, tros vão sendo incluídos ou retirados,
apresentadas à ForTarAnf e vice-ver- além de explosivos, e as tropas precisa- tudo em prol do treinamento mais
sa. Essas coordenações são feitas por vam ser testadas para estas situações. completo possível.
meio das agências de coordenação do
apoio de fogo, logística e outras”, expli-
ca o encarregado da Seção de Logísti-
ca do Comando da Divisão Anfíbia,
Capitão de Fragata, Fuzileiro Naval,
Cláudio Zupo Valente.
ASSALTO ANFÍBIO
O assalto anfíbio é descrito como
o “dia D” da operação. No exercício
realizado durante a “Dragão 38”, o
objetivo da missão foi conquistar
uma cabeça de praia em Itaoca (ES),
bloqueando o luxo logístico de seu
inimigo.
A ação teve início antes mesmo
do amanhecer, com o desembarque
de 750 homens do Batalhão de Infan-
taria do Corpo de Fuzileiros Navais,
dividido em quatro companhias.
Eles chegaram à praia, inicial-
mente por meio de 13 Carros Lagarta
Anfíbios (CLAnf), e foram seguidos
por Embarcações de Desembarque
de Viaturas e Material e Embarcações
de Desembarque de Carga Geral, que
levaram, entre outros veículos, quatro
viaturas Piranha.
Tanto os CLAnf quanto as via-
Navios participantes da Operação “Dragão 38”
turas Piranha foram usados por ofe-
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