Page 24 - Marinha em Revista
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“O LFM vem consolidando diversas
instalada no Colégio dos Jesuítas, no PRINCIPAIS MEDICAMENTOS NA
morro do Castelo, no Rio de Janeiro ÉPOCA parcerias com universidades
(RJ), para prestar assistência de saúde Desde a época do descobrimento, e empresas nacionais, com a
às tropas do Exército e da Armada de em 1500, a população do Brasil colônia preocupação de promover o
Portugal que chegaram escoltando a era acometida de várias doenças como: desenvolvimento e a fabricação de
Família Real Portuguesa. coqueluche; disenterias; diteria; escar- produtos estratégicos em território
Com a independência do Bra- latina; febre amarela; infecções gerais;
sil, em 1822, D. João VI, expediu um malária; peste bubônica; sarampo; tifo; nacional ”
decreto que deu abertura dos Portos tuberculose; e varíola. Os medicamen- Responsável técnico do LFM,
brasileiros e a criação de escolas de tos para combater essas enfermidades Sato
cirurgiões, iniciando o ensino de far- eram produzidos em boticas dirigidas
mácia. “Com o passar dos anos, após a por jesuítas, que em sua maioria eram nativas na produção de remédios co-
proclamação da República, em 1888, o feitos com matérias-primas naturais, meçou a ser intensiicado a partir de
Brasil sofreu mudanças políticas, eco- devido à diiculdade em conseguir pro- 1759, quando os jesuítas foram expul-
nômicas e sociais que izeram com que dutos europeus. Um dos compostos sos de seus domínios, tendo seus bens
o Rio de Janeiro, então capital do País, mais famosos utilizados foi à triaga bra- coniscados. Nesse período houve a
se adequasse aos parâmetros exigidos sílica, substância feita à base de plantas junção da sabedoria popular com os
de uma capital, inclusive a melhoria da medicinais, usado no combate a diver- estudos farmacêuticos na produção de
assistência de saúde”, airmou o Dire- sas doenças, chegando a alcançar fama medicamentos que passaram a ser dis-
tor do LFM, Capitão de Mar e Guerra internacional. ponibilizados nas boticas com os remé-
(S) José Alexandre Barbosa Lima. Segundo Barbosa, o uso de ervas dios mais tradicionais.
Nos primeiros anos do século
XX, outra importante, porém len- PROCESSO PARA PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS
ta, mudança estava em curso: o de-
senvolvimento industrial. Algumas
farmácias ampliaram suas capaci-
dades de produção de medicamen- ETAPAS
tos transformando-se nos primeiros
laboratórios. “A Marinha, pensando
em se ajustar às demandas feitas
pelo Estado Brasileiro, buscava se Ocorre a mistura
inserir no contexto mundial da épo- Manipulação dos pós
ca. Criou então o Laboratório Far-
macêutico e o Gabinete de Análises,
instituídos pelo Decreto nº 6.233, de
14 de novembro de 1906, situado nas
Os pós ganham os
dependências do Hospital da Mari- Compressão
formatos que conhecemos
nha, na Ilha das Cobras. Em julho de no mercado
1926, o seu nome foi alterado para
Laboratório e Depósito de Material
Sanitário Naval. Após oito anos, pas-
Recebem embalagem
sou a ser chamado Laboratório Far- Emblistamento primária, com 10 ou 20
macêutico Naval”, explicou Barbosa. comprimidos
Com o im da Segunda Guer-
ra Mundial, em 1945, o Laborató-
rio passou por renovações. Tendo
sua organização reestruturada, seu Embalagem Processo secundário,
nome foi alterado, assim como o Final onde são embalados em
caixas com 500
seu regulamento, icando conhecido comprimidos
como Laboratório Farmacêutico da
Marinha.
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