Page 20 - Ancora Social 2017
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AMIGOS ESPECIAIS

           CUIDANDO DE








           QUEM CUIDA









                  m 2011, nascia a ilha do Primeiro-  A essa altura, sua ilha já estava com   autismo. Para a família toda foi um choque,
                  Tenente Luiz Maurício Soares, um   três  anos  e  frequentando  a  escola. “Em   pois o desconhecimento do problema só
                  momento de muita alegria para   casa, minha ilha já icava isolada, mesmo   gerava mais angústia. Nesse primeiro mo-
                  ele e toda a família. Com o passar   que eu e minha esposa tentássemos inte-  mento, segundo Maurício, houve muito re-
         Edo tempo, aquela pequena novi-      ragir com ela. Ao chegar à escola e ver mi-  ceio sobre como seria o futuro de sua ilha
           dade na família foi crescendo e se desen-  nha ilha excluída pelos coleguinhas, tam-  e desânimo em pensar como seria sua jor-
           volvendo, tudo normalmente. E conforme   bém  isolada,  eu  icava  simplesmente  de-  nada e de sua família para superar os estig-
           os anos foram passando, a cada consulta   vastado”, confessou.        mas que permeiam a deiciência.
           com a pediatra, Maurício percebia que sua   Foi então que Maurício iniciou a corre-
           ilha não estava atingindo certos níveis de   ria a médicos, clínicas e hospitais, em busca   O PAE NA VIDA DE MAURÍCIO
           amadurecimento, compatíveis com a idade.   de respostas para o que estava se passan-  Conversando  com  colegas  próximos
           “Essa fase foi de muita angústia para mim e   do com sua menina. Após muitas consultas,   da Marinha, uma oicial do Comando do 4º
           minha família, pois não sabíamos o que es-  exames e conversas, com o apoio de uma   Distrito  Naval  (Com4ºDN)  o  aconselhou
           tava causando aquele atraso e o porquê”,   equipe multidisciplinar do Hospital Naval   a  procurar  o  Programa  de  Atendimento
           lamentou o pai.                    de Belém, veio o tão temido diagnóstico:   Especial  (PAE),  do  Núcleo  de  Assistência
                                                                                 Social (NAS) do 4ºDN. Ela também era aten-

                                                       Primeiro-Tenente Luiz Maurício   dida pelo Programa por ter um ilho especial
                                                       Soares com a ilha         e contou para Maurício como o menino ha-
                                                                                 via evoluído desde o início do tratamento.
                                                                                    Após muitas conversas com a família,
                                                                                 Maurício resolveu procurar ajuda no PAE
                                                                                 para sua ilha. No início, ainda pairavam al-
                                                                                 gumas desconianças e incertezas sobre o
                                                                                 tratamento, porém ao conhecer mais so-
                                                                                 bre o trabalho desenvolvido pela equipe
                                                                                 do Programa, com múltiplas formações, ele
                                                                                 foi sentindo que estava no caminho certo
                                                                                 para lidar com a deiciência.
                                                                                    Hoje, com sua ilha já sendo atendida
                                                                                 pelo PAE há três anos, Maurício airma que
                                                                                 o programa foi um divisor de águas na vida
                                                                                 de sua pequena e de toda família. “A mu-
                                                                                 dança apresentada por ela foi simplesmen-
                                                                                 te extraordinária. Passou a icar mais pró-
                                                                                 xima e amorosa. Nossa, ouvir ‘eu te amo’
                                                                                 dela é uma sensação indescritível”, excla-
                                                                                 mou Maurício.


      18   Número 10 | Dezembro de 2017
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