Discurso do Comandante da Marinha para inauguração do monumento em homenagem ao Cruzador Bahia

Senhoras e Senhores, bom dia!

No honroso cargo de Comandante da Marinha de todos os brasileiros, é para mim uma satisfação muito grande estar aqui hoje, no porto da capital pernambucana, para uma ocasião tão especial, carregada do mais nobre simbolismo, na qual homenageamos heróis que deram a vida e enfrentaram a morte para a defesa da liberdade e da soberania do nosso Brasil.

O naufrágio do intrépido cruzador Bahia, uma das nossas mais versáteis belonaves na primeira metade do século passado, representou a mais significativa perda registrada pela Marinha do Brasil no mar, durante a Segunda Guerra Mundial, maior conflito armado já ocorrido na história da humanidade.

A Marinha do Brasil foi a primeira das Forças Armadas brasileiras a ingressar na Segunda Guerra e a última a deixá-la. Sua principal tarefa, executada em conjunto com a Marinha Mercante, foi manter ativas as linhas de transporte marítimo, essenciais à sobrevivência do país, ante a ameaça constante de submarinos inimigos.

Naquele período, a Marinha do Brasil realizou um penoso e silencioso trabalho, tendo escoltado e protegido 3.161 navios mercantes no Atlântico Sul. Esforço que não foi incólume, pois ao longo da Guerra o Brasil perdeu 30 navios mercantes e um navio pesqueiro, com o sacrifício de 982 vidas, entre passageiros e tripulantes.

No conflito, além do Cruzador “Bahia”, a Marinha do Brasil sofreu as perdas da Corveta “Camaquã” e do Navio-Auxiliar “Vital de Oliveira”, que resultaram na morte de 469 marinheiros. Dos teatros de operação em que o Brasil se fez presente na 2ª Guerra Mundial, o mar foi, seguramente, o que registrou as maiores baixas.

Importante também relembrar que o “Bahia” e a “Camaquã” eram navios que faziam parte da Força Naval do Nordeste, cujo Comando, a cargo do Almirante Soares Dutra, ficava sediado aqui no Recife. Portanto, esta área portuária da cidade do Recife foi também o lar dos bravos homens do mar que hoje homenageamos.

Entretanto, o que mais torna este momento tão significativo, é o fato de que muitos desses valorosos combatentes e trabalhadores do mar, que tombaram nos conveses sombreados pelo tremular da nossa bandeira verde e amarela, tiveram o seu sepulcro nas profundezas do oceano. Infelizmente, não tiveram direito a velório e nem mesmo a um túmulo onde seus familiares e amigos pudessem chorar a saudade.

Essa é a importância e a justiça de termos aqui, no porto do Recife, um monumento como esse que inauguramos hoje em homenagem a eles, pois é o nosso dever nunca esquecermos daqueles que se sacrificaram para nos garantir a liberdade e a soberania da nossa Nação.

Aqui, abro um parêntese para explicar a presença do cão aos pés do marinheiro. O fiel amigo, de nome “Netuno”, acompanhou a tripulação do “Bahia”, embarcado, em todos os momentos da guerra, o que era permitido à época. E, da mesma forma que os 336 marinheiros mortos no naufrágio do navio, também pereceu no trágico acidente, seguindo os seus amigos, aos quais proporcionou diversos momentos de alegria na dureza daquele cotidiano de combate, nessa última viagem.

Netuno chegou ao “Bahia” ainda filhote e foi amamentado pela tripulação. Cresceu a bordo, o único lar que conheceu foi o velho Cruzador.

Em nome da Marinha do Brasil, agradeço penhoradamente a parceria da Prefeitura do Recife, em especial ao prefeito João Campos, e parabenizo o Comando do Terceiro Distrito Naval e a Capitania dos Portos de Pernambuco pelo esforço empreendido para a materialização desse monumento tão importante.

Viva a Memória dos heróis do Cruzador Bahia!

Viva a minha, a sua, a nossa Marinha!

Muito obrigado!

 

NETUNO - A MASCOTE DO "BAHIA"

O marujo a quem se rende esta homenagem, nunca possuiu caderneta registro. Na Diretoria de Pessoal, nada consta em seus assentamentos, daí a dificuldade em se escrever sua biografia.

Vale-se da memória daqueles que, unidos como irmãos, tiveram a suprema sorte de um dia se reunirem a bordo do Cruzador “Bahia” para solidificar uma amizade que, durante todo o tempo da guerra, reinou entre mais de três centenas de bravos marinheiros.

E o marujo cuja memória ora é homenageada, bem pode personificar essa inabalável amizade. Ele é por si próprio a representação máxima do mais nobre dos sentimentos:
o sentimento da FIDELIDADE. Seu nome: NETUNO.

Nasceu em fins de 1941 e, segundo diziam, sua raça era cinquenta por cento policial e cinquenta por cento “vira-lata”.

Da raça paterna herdou uma imponente apresentação física, a dignidade militar e a coragem tantas vezes posta em prova. Da raça materna herdou o espírito boêmio que, vez por outra, chegou à sem-vergonhice.

Foi declarada praça na Marinha em 1° de janeiro do ano de 1942.

Sua admissão não obedeceu a qualquer dispositivo de lei: não prestou exame de preparo intelectual ou sanidade, não fez inspeção de saúde ou teste de aptidão física, não apresentou documentos comprovatórios de sua identidade, a coisa alguma “deu bola”.

Não procedeu de escola de aprendizes alguma; apresentou-se como voluntário.

Recém-nascido, alimentado ainda a mamadeira, foi recebido a bordo, quando o ano novo era saudado com 21 tiros de salva.

Iniciou-se, assim, com galas de príncipe real. Seu berço foi o próprio Cruzador “Bahia”.

Isto explica a consideração divina e real que todos lhe dispensam.

Só as autoridades são recebidos na Marinha com tiros de salva; só os deuses merecem ser embalados por Deus, como o foi Netuno no “Bahia”, quando balouçava no Atlântico tocado pelas brisas suaves enviadas pelos céus do Brasil.

E como os antigos adoravam o rei dos mares, reverenciavam Netuno, o rei do “Bahia”.

Seu período de adaptação ao navio foi além do permitido pelas organizações internas dos navios. Levou mais de um mês para vencer o período inicial da vida de bordo.

Deixou de enjoar, aprendeu a andar em chão instável, habituou-se à condição de escurecimento e à obediência aos toques e apitos tornando-se, em menos de dois meses, um grande marinheiro.

Nunca consultou os planos do navio, mas conhecia todos os compartimentos e instalações do “Bahia” com absoluta consciência e vivia inspecionando tudo e todos.

Seu local preferido era o castelo de proa.

Foi visto, muitas vezes, durante o expediente, junto à Bandeira do Cruzeiro, indiferente às rajadas de vento e aos salpicos das vagas, insensível aos caturros estonteantes do navio, de olhar perdido no horizonte, numa profunda meditação filosófica.

Era no Castelo de proa que Netuno, durante as horas de recreio, enchia com a sua presença todo o vazio que por ventura houvesse nas almas boas dos homens do “Bahia”.

Suas correrias de galgo, seus pulos de acrobata, suas demonstrações de viva inteligência, suas brincadeiras de esconde-esconde ou de pega chapéus levavam-nos ao esquecimento das muitas tristezas que às vezes invadiam a alma.

Netuno era encarregado do Departamento do Bom Humor.

Sua tarefa, embora difícil, era bem desempenhada. Incumbido de manter a alegria a bordo, jamais houve notícia de uma guarnição de moral e espírito mais elevados.

A alegria caminhava em paralelo com a disciplina e nunca houve, entre tantos, um só momento difícil que suavizava a monotonia e o tédio pessoal!

Netuno, alheio à hierarquia militar, era adorado igualmente pelo comando, pela oficialidade e pela guarnição.

A todos prestava sua colaboração de amigo fiel e valia por um permanente traço de união entre a proa e a popa, entre o tope do mastro e a quilha.

Era mais íntimo das praças mas, com os Oficiais, guardava certo respeito.

Qualquer civil que viesse a bordo tinha que lidar com a má acolhida de Netuno, não os suportava.

Netuno gostava imensamente do “chão firme”.

Bastava perceber que se iniciavam os preparativos para as manobras de atracação para que ele vibrasse de entusiasmo.

Uma vez definido o bordo de atracação, corria de proa à popa até que se determinasse o local da colocação da prancha de desembarque.

O pessoal da Divisão T ficava de sobreaviso, pois era sabido que Netuno não esperava a amarração da prancha; era só o guindaste encostá-la na borda do navio e zás: Netuno baixava em terra.

Durante a permanência do navio no porto, todos nós tínhamos de regressar para bordo antes de meia-noite. Netuno só chegava de madrugada, mas nem por isso foi uma vez, sequer, ao livro de castigo!

De acordo com as normas, o Comandante deve ser o primeiro a descer em terra e o último a regressar para bordo. No “Bahia”, o primeiro a sair e o último a chegar era, invariávelmente, o Netuno.

Precisamente na hora “H”, já depois do toque de postos de suspender, chegava esbaforido, entrando prancha a dentro em vertiginosa carreira, o nosso querido companheiro.

Uma vez, porém, excedeu-se um pouco mais em terra e, quando chegou à beira do cais, o navio já estava ao largo.

Não titubeou o nosso herói.

Atirou-se à água e veio ao encontro do navio. Um arrepio de satisfação sacudiu todo o navio. Içaram-no para bordo e ele, todo orgulhoso de si mesmo, subiu ao passadiço para apresentar-se ao Comandante.

Todos esperavam uma severa repreensão para o nosso companheiro, o Comandante, porém, ao contrário do esperado, teve palavras elogiosas para o faltoso.

Netuno foi elogiado à viva voz do comando pela atitude decidida que tomara de, como fiel e bom marinheiro, nunca abandonar o seu navio.

E nunca o abandonou, cônscio como era da sua obrigação precípua de bem representar este sentimento tão falho entre os homens: o sentimento da fidelidade.

Não quisera o destino que os heróis do Bahia tivessem outro Rei que não Netuno!

Adaptado de “A Marinha em Revista, Julho de 1949, ANO III, N° 26, pg.8-9; crônica III do CT Oswaldo Pinto de Carvalho”.

.

A MB na 2ª Guerra Mundial

Nossa Marinha foi a primeira das Forças Armadas brasileiras a ingressar na Segunda Guerra Mundial e a última a sair dela. Na verdade, a Força Naval acabou inserindo-se na peleja por mais tempo do que o próprio País, uma vez que sua campanha estreou no ano de 1941, com o patrulhamento litorâneo do saliente nordestino por belonaves sediadas em Natal, e só terminou em fins de 1945, bem após a rendição incondicional da Alemanha, depois de assegurado que o Atlântico Sul estava definitivamente livre dos U-boats inimigos.

Vale ressaltar que as ações da Marinha foram essencialmente defensivas e, ao contrário do Exército, contou ela basicamente com o mesmo efetivo dos tempos de paz. Dessa forma, além de ter sido o mar palco da chacina de centenas de brasileiros nos meses que precederam nossa entrada no conflito, foi também nele onde demos início à luta.

(Raul Coelho Barreto Neto, p-44, 2019)

Força Naval do Nordeste (FNNE)

Diante do alarmante quadro testemunhado em nossas águas, a escolta a comboios constituiu-se na principal ação de defesa encontrada pelos Aliados contra os submarinos alemães. Assim, a partir de abril de 1942, competiu à Divisão de Cruzadores, ao lado de belonaves norte-americanas, realizar a proteção dos mercantes nacionais e estrangeiros que singravam o Atlântico, entre o Rio de Janeiro e Recife, transportando matérias-primas e produtos indispensáveis à mobilização bélica. Coube à Força Naval do Nordeste (FNNE) assumir a responsabilidade pelo setor entre a Guanabara e a ilha britânica de Trinidad. Criada a 5 de outubro de 1942, em substituição à Divisão de Cruzadores, a referida organização, também conhecida como Força-Tarefa 46 da South Atlantic Force, estava aos cuidados do contra-almirante Alfredo Carlos Soares Dutra, tendo Recife como sede. Já entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, região litorânea menos frequentada pelo inimigo, a missão ficou a cargo da Força Naval do Sul (FNS), inicialmente chamada de Grupo Patrulha do Sul, instituída em abril de 1944 e comandada pelo Contra-Almirante Gustavo Goulart. Dentre as escoltas cumpridas pela Marinha do Brasil na Segunda Guerra, algumas são consideradas notáveis dentro de sua rotina operativa. Desafiando um oceano infestado de inimigos ocultos, os U-boats, belonaves nacionais foram responsáveis pela vigilância dos navios de transporte que levaram os escalões da Força Expedicionária Brasileira à Europa. Para a pioneira missão, em julho de 1944, foram selecionados os novos destróieres da Classe “M”, construídos no AMIC (Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras), que resguardaram nossos expedicionários até o Mediterrâneo, durante 15 dias de escuridão e silêncio absolutos.

O scout Bahia

Do tipo scout ou esclarecedor, o Cruzador ligeiro Bahia foi construído nos Estaleiros Armstrong, New-Castle-on-Tyne, no Reino, Unido sendo lançado ao mar em 20 de janeiro de 1909. Chegou ao Brasil no dia 06 de maio de 1910, em Recife, sendo incorporado à Esquadra pelo Aviso no 2.343, do Chefe do Estado-Maior da Armada, em 21 de maio daquele ano.

Posteriormente, recebeu o indicativo visual “B1”.

Foi o quarto navio da Marinha do Brasil a ostentar o nome Bahia, em homenagem ao Estado da Federação do mesmo nome.

Construído em chapas de aço unidas por rebites, possuía 12 compartimentos estanques, duplo fundo, convés corrido, borda alta, protegido por uma couraça de 19 mm de espessura, estendendo-se por todo o seu comprimento, e por uma couraça de 38 mm nas partes inclinadas, recobrindo as caldeiras, máquinas e paióis de munição.

Os paióis eram protegidos adicionalmente por anteparas longitudinais afastadas do costado. A torre de comando era protegida por chapas de aço Krupp de três polegadas de espessura.

Deslocava 3.100t e suas dimensões eram: 122,38 m de comprimento total; 115,82 m de comprimento entre perpendiculares; 11,89 m de boca moldada; 11,91 m de boca máxima; 7,16 m de pontal moldado; 3,81 m de calado máximo, à vante; 4,75 m de calado a meia nau; e 4,42 m de calado, à ré.

A propulsão do navio era composta por cinco turbinas Parsons que acionavam os três eixos, sendo os propulsores de bombordo e boreste acionados por duas turbinas cada e o central por uma. Estas turbinas somavam uma potência total de 20.101 HP, que acionavam três hélices de bronze manganês com três pás. A propulsão ainda era composta por dez caldeiras Yarrow, tubo fino, distribuídas em dois compartimentos, quatro seções, descarregando para duas chaminés, dois condensadores e vinte e três carvoeiras com capacidade total de 650 t métricas de carvão. Desenvolvia a velocidade máxima de 27 nós, a plena carga, e 25 nós em velocidade econômica.

No ano de 1926, o Cruzador Bahia sofreu amplas e radicais reformas nos estaleiros Henrique Laje & Irmãos, onde deixou de queimar carvão e suas caldeiras passaram a ser alimentadas com óleo combustível. Além disso, sua silhueta ganhou uma terceira chaminé, sendo também aumentada a artilharia secundária que foi trazida da Europa.

Em fevereiro de 1943 foi docado no AMIC para a implantação do tão esperado sonar, de um par de calhas para bombas de profundidade, metralhadoras de 20 milímetros Oerlikon e dos berços para 16 balsas salva vidas.

A última viagem

Integrado a Força Naval do Nordeste, o Cruzador Bahia prestou serviços relevantes ao participar de diversos comboios e escoltas, além de vários patrulhamentos, navegando 101.971 milhas em 357,5 dias de mar. Realizou ainda106 cruzeiros e protegeu mais de 700 navios mercantes desde 1942, quando iniciou suas operações de guerra. Finalmente, no dia 30 de junho de 1945, o navio deixou o porto de Recife com destino à Estação “13”, para render o Contratorpedeiro de Escolta Bauru, que guarnecia aquela estação havia dez dias. No dia 2 de julho, os dois navios (Bahia e Bauru) trocaram por meio de bandeiras breves mensagens, que traduziam o protocolo oficial de serviço e também a cortesia naval. Assim, o Bauru cumprimentou o Bahia com a tripulação em postos de continência, transmitindo votos de feliz comissão, sendo respondido com as adriças tremulando o sinal de boa viagem. O ecobatímetro do navio registrava uma profundidade de 4.000 metros, estando ao norte cerca de 100 km dos Rochedos de São Pedro, ao sudoeste cerca de 500 km de Fernando de Noronha e a pouco menos de 900 km do continente, sendo o ponto mais próximo o Porto de Natal.

Por volta das 9 horas do dia 4 de julho de 1945, o navio parou ligeiramente para lançar ao mar um alvo flutuante. Dentro de poucos minutos, seria iniciado o exercício de tiro, quando a tripulação foi surpreendida com disparos inopinados de uma das metralhadoras.

Pelo quinto ou sexto disparo uma explosão na popa sacudiu o navio, uma rajada de granadas explosivas havia atingido as bombas de profundidades, arrumadas sobre o tombadilho. Densos rolos de fumaça escura e sufocante cobriram o grande número de mortos e uns poucos feridos que se movimentavam com dificuldades pelo convés.

Decorridos mais de três minutos da explosão, o Cruzador Bahia começou a afundar pela popa de forma rápida.

“Às 4 horas, como de costume, cansado de dormir, levantei-me e fui sentar no sarilho de cabos de aço que fica a bombordo, na proa, por ante-a-ré do quebra-mar. Madrugada bela, mar calmo, parecendo mesmo um espelho, e o [...] cruzador, em marcha vagarosa, continuava a sua ronda. Às 5 horas tocou faxina e recomeçou a vida de bordo. Ainda de manhã cedo, foram tomadas as últimas medidas para o início de um exercício de tiro de superfície, a curta distância, com as sete metralhadoras antiaéreas. “Às 7 horas o [...] suboficial Marinho já estava na sua faina, com todos os seus auxiliares, no apronto do alvo”. Uma hora mais tarde, “as quatro badaladas duplas do sino” marcaram o hasteamento do pavilhão nacional e a rendição de todos os quartos”. “Depois de dado o ‘pronto’, Marinho entregou-o ao mestre do navio, suboficial Argemiro, que, por sua vez, providenciou o seu arriamento ao mar”. Às 9 horas, o Bahia parou por alguns momentos a fim de ser lançado o alvo. O miúdo flutuante de madeira encimado de uma bandeirola deveria ficar a aproximadamente dois mil metros da nave. Feito o lançamento, deu-se início, então, a manobra de afastamento. Times de artilheiros posicionados. Dentro de poucos instantes o exercício começaria. Passados dez minutos, no entanto, toda a tripulação seria surpreendida por estranhos tiros, diferentes dos que estava acostumada a escutar. A expectativa durou infelizmente poucos segundos. Lá pelo quinto ou sexto disparo, uma tremenda explosão sacudiu violentamente o velho barco. [...]. Densos rolos de fumaça escura e sufocante mal deixavam ver o grande número de mortos e uns poucos feridos que se movimentavam com dificuldade pelo convés. A destruição tinha sido tremenda e o navio estava praticamente desarvorado. Fiz uma tentativa para avançar em direção da popa, podendo observar melhor devido à dissipação quase total da fumaça. Era verdadeiramente impressionante o quadro que se abria aos meus olhos: corpos dilacerados, destruição total e os gemidos dos feridos que [...] se arrastavam [...]. naquele instante o Bahia foi sacudido por uma violentíssima explosão. O fogo se havia transmitido [...]. O susto, o choque nervoso que todos sentiram foi algo que ultrapassou, em violência, todas as emoções juntas vividas pelos homens do mar naquela época. No convés, viam-se corpos de marinheiros despedaçados.”
MAGALHÃES, Carlos Joaquim. A tragédia do cruzador Bahia. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, t. 2, p. 147-51, abr./jun. 1959.

Último comandante

No comando do Bahia desde março daquele fatídico 1945, estava o experiente Capitão de Fragata Garcia D’Ávila Pires de Carvalho e Albuquerque, 47 anos, por coincidência baiano, filho do Ministro Pires e Albuquerque e descendente da famosa família da Casa da Torre. Aspirante da turma que ingressou na Escola Naval em 1913, foi veterano da DNOG e típico Oficial-padrão de Marinha, tendo ocupado vários cargos de confiança ao longo da carreira. A serviço do Itamaraty, por exemplo, fez parte da comissão de limites Brasil-Peru, responsável pela demarcação das fronteiras entre os dois países, além de ter chefiado a subcomissão que estudou o rio Juruá e outros rios da bacia amazônica. Mais tarde, entre 1936 e 1938, dirigiu a extinta Escola de Aprendizes-Marinheiros da Bahia, respondendo, logo na sequência, de forma interina, pela Capitania dos Portos de sua terra natal. Especialista em submarinos e servindo na US Navy em mais de uma oportunidade, entre 1919 e 1928, foi assistente da missão naval Norte-Americana, antes de assumir o Comando do Scout Bahia.
(Raul Coelho Barreto Neto, Flores ao Mar; p.195; 2019).



Destino de nossos heróis

Os últimos instantes do Cruzador Bahia foram muito breves, não passando de cinco minutos. Poucos sobreviventes da tragédia assistiram o afundamento do navio a bordo de balsas salva-vidas, e viam marinheiros que lutavam contra as ondas em busca das balsas, e se voltavam para o navio gritando “Viva o Bahia” e, assim, desaparecia o nosso navio, que, como os grandes vultos da história, foi sepultado de pé!

Dos 372 homens, cerca de 100 sucumbiram de imediato, nove dos quais eram Oficiais que tinham suas acomodações na popa, local da explosão. Em 17 balsas salva-vidas do navio, comprimiram-se os 272 náufragos que sobreviveram à explosão inicial e ao naufrágio do navio. Sobrecarregadas muito além da sua capacidade normal, as balsas ficaram totalmente submersas, com os homens mergulhados até pouco abaixo da cintura.

Na contabilidade final do desastre, pereceram 17 oficiais, 15 suboficiais, 42 sargentos, 224 cabos, 29 taifeiros, 05 fuzileiros navais e 04 quatro marinheiros estadunidenses, além da querida mascote Netuno. Apenas 36 sobreviveram.

A seguir estão relacionados os nomes dos nobres marinheiros e seu destino. Os falecidos são os marinheiros que sucumbiram após serem resgatados.

Sobreviventes:

1°T (EN) Lúcio Torres Dias

SO-CS Vivaldo da Rocha Vaz

1°SG-AT Raymundo Figueira Nolasco

1°SG-MO José do Carmo Barros

2°SG-MA Armindo Paranhos da Silva

3°SG-EP Antônio Luiz dos Santos

CB-MA Antônio Ferreira da Silva

CB-MA Edgard Cruz

CB-MA Waldemar Luiz de Brito

CB-EL Leonísio José dos Santos

MN 1ªCL-MR Antônio Damasceno Cavalcanti

MN 1ªCL-AT Adamastor Vasconcelos

MN 1ªCL-MA Amaro Antônio Leite

MN 1ªCL-MA José Izidro da Silva

MN 1ªCL-MA Oscar Estanislau

MN 1ªCL-MA José Ribamar Ferreira

MN 1ªCL-EL Otávio Áureo do Nascimento

MN 1ªCL-EL Mário Rodrigues Nunes

MN 2ªCL-MR João Gonzaga Barreto

MN 2ªCL-MR Davino Mendes de Oliveira

MN 2ªCL-AT Luiz Gonzaga da Paixão

MN 2ªCL-SI Wilson Barbosa

MN 2ªCL-SI José João Sarmento

MN 2ªCL-MA Moacyr Saturnino da Silva

MN 2ªCL-MA João Batista Bouth do Vale

MN 2ªCL-MA Artur Ribeiro da Silva Filho

MN 2ªCL-MA Artur da Silva Matias

MN 2ªCL-MA Eraldo Diógenes Millet

GR Antônio Gregório dos Reis

GR Geraldo Gadelha

GR Nelson Feliciano Ferreira

GR José Luiz da Silva

GR Agostinho Farrel

GR Hélio Joaquim Almeida

GR Emídio Ferreira dos Reis

TA-CO Antônio Guerreiro das Dores

Falecidos:

3°SG-AT Avelino Manoel da Silva

CB-MR José Calixto Guimarães

MN 2ªCL-MA Carlos Firmo dos Anjos

MN 2ªCL-MA Alôncio José Pinho

MN 2ªCL-EL João Dias

GR Hélio Rodrigues Ferreira

GR Manuel Paciência de Souza

TA-AR João Mendes de Carvalho

Desaparecidos:

CF Garcia D’Ávila Pires de Carvalho e Albuquerque

CC Rubem Saba

CC Luiz Felipe de Figueira Souto

CT Sílvio Trilho da Silva

CT Ward Tavares

CT (Md) Moacyr Dantas Itapicuru Coelho

CT Hermílio Gusmão Castelo Branco

1°T Naudy Esteves

1°T Fernando Mendes Coutinho Marques

1°T Juanito Rodrigues Lopes

1°T Gelson Helmold

1°T (IM) Fábio de Almeida Magalhães

1°T (CD) Sérgio Vergueiro da Cruz

2°T (IM) Rubens Raul Silva

2°T Lloyd Bormann Sygwalt

GM Ayrton Barroso Pereira

GM Waldemar de Paiva e Almeida

SO-MR Argemiro Gomes da Silva

SO-MR Severino José Fernandes

SO-MR Pedro Pereira de Lucena

SO-AT Raphael Alves Casaes

SO-AT João Almeida Sampaio

SO-SI João Bianco

SO-ES Durval Fernandes Chaves

SO-TF Deoclides Viana Marinho

SO-CP Álvaro de Carvalho

SO-MA Carmeno Celano

SO-MA Nemésio Ramos Figueira

SO-MA Pedro Ângelo Cavazzoglio

SO-MA Arthur Lemos

SO-MO Oscar José dos Santos

SO-EL João Veloso de Oliveira

1°SG-AT Raimundo Trajano Vasconcelos

1°SG-AT João Batista Pinto

1°SG-TM Miguel Parcutz

1°SG-EF João Morais Lima

1°SG-ES João Batista Santiago

1°SG-TL Antônio Joaquim Simões

1°SG-MA Firmino Rodrigues do Nascimento

1°SG-MA Antônio José Vieira

1°SG-CA Napoleão Corrêa de Barros

1°SG-MO Antônio Ferreira de Carvalho

1°SG-MO Laurindo dos Santos

2°SG-AT Henrique Medeiros

2°SG-MR Aureliano da Silva Rosário

2°SG-MR Custódio da Fonseca Carneiro

2°SG-TM Antônio Alves Parentes

2°SG-TM Deodato Saraiva da Silva

2°SG-CA Francisco Aurino de Oliveira

2°SG-EL Antônio José Pedro

2°SG-EL Aprígio Carvalho da Costa

2°SG-EL Romeu Alves do Nascimento

3°SG-MR Pedro Pereira de Souza

3°SG-AT Euvaldo Augusto Freire

3°SG-AT Abelardo Rocha da Silva

3°SG-AT João Teixeira

3°SG-SI Antônio Alves de Lima

3°SG-SI Armando Flamarion Coelho

3°SG-TM Audálio Gonçalves dos Santos

3°SG-CP João Mendes Mesquita

3°SG-EF Manuel Felix Quirino

3°SG-MA Arthur Moraes Espenechitt

3°SG-MA Otávio Miravi

3°SG-MA Lourival Rodrigues da Silva

3°SG-MA João Serafim de Oliveira

3°SG-MA Antônio Pontes da Silva

3°SG-CA Manoel Lourenço da Silva

3°SG-CA Florêncio da Silva

3°SG-CA Miguel Arcanjo de Oliveira

3°SG-CA Romeu Leal da Costa

3°SG-CS Aderval Carreiro da Silva

3°SG-TF Jorge Ferreira da Silva

3°SG-FE Adalberto Melo Lucena

CB-MR Octávio Arthur de Lima

CB-MR José Teodoro

CB-MR Joaquim Pereira Lima

CB-MR José Pereira da Silva

CB-MR João Gomes dos Santos

CB-MR Iberê da Costa Franco

CB-MR Cassiano Francisco dos Santos

CB-MR Lauro José dos Santos

CB-AT Tibúrcio Emídio da Cunha

CB-AT Manuel Solis

CB-AT Cipriano Pereira da Cunha

CB-AT Sandoval Ferreira Cabral

CB-AT Martinho Bispo de Freitas

CB-AT Heráclito de Souza Moraes

CB-ES Modesto Torres de Oliveira

CB-ES Newton Cordeiro Coutinho

CB-ES Benedito de Souza Borges

CB-TL Luiz de Melo Maia

CB-TL José Silva Alcântara Filho

CB-SI João Maria Agostinho

CB-TM João Luiz da Cunha

CB-MA Severino Baptista de Menezes

CB-MA Moisés José Pereira

CB-MA Paulo Dantas de Carvalho

CB-MA João Antônio Rosas

CB-MA Francisco Cavalcante da Costa

CB-MA José Marques Pereira

CB-MA Pedro Fernandes

CB-MA Elísio Cordeiro de Siqueira

CB-EL Emídio de Souza

CB-EL Jessé Chrysologo da Graça

MN 1ªCL-MR Sílvio do Nascimento

MN 1ªCL-MR João Vicente de Araújo

MN 1ªCL-MR João dos Santos Araújo

MN 1ªCL-MR Edson Ramos Cardoso

MN 1ªCL-MR Manuel Danázio

MN 1ªCL-MR Waldemar Gomes de Oliveira

MN 1ªCL-MR Manuel Gomes

MN 1ªCL-AT Clodoaldo Goiana Gomes de Sá

MN 1ªCL-A Oscarino Galvão

MN 1ªCL-TM Floriano da Costa Barroso

MN 1ªCL-TM Aurélio Brasilino Ribeiro

MN 1ªCL-TM Antônio de Castro Lopes

MN 1ªCL-TM Alarico Cavalcante Nunes

MN 1ªCL-TL Lélio Mendes

MN 1ªCL-CP Ary Ferreira Ramos

MN 1ªCL-CP Francisco Olavo de Assis

MN 1ªCL-MA Luiz Alves de Paiva

MN 1ªCL-MA Eloy Dias Gonçalves

MN 1ªCL-MA Ludgero José dos Santos

MN 1ªCL-MA Eraldo Barros Magalhães

MN 1ªCL-MA Benício José da Fonseca

MN 1ªCL-MA Ismael José dos Santos

MN 1ªCL-MA Honorato das Neves

MN 1ªCL-EL José Rodrigues de Souza

MN 1ªCL-EL Edgard Silva Sampaio

MN 1ªCL-EL Raymundo Miranda

MN 1ªCL-EL Marcilino Chrisostomo

MN 1ªCL-EL Fernando de Figueiredo Lima

MN 1ªCL-EL Milton Ferreira da Silva

MN 1ªCL-EL Lourival Américo Fonseca

MN 2ªCL-MR Aristides Francisco da Silva

MN 2ªCL-MR Clovis Mário da Silva

MN 2ªCL-MR Osny Hercílio da Silva

MN 2ªCL-MR Piragibe de Lara

MN 2ªCL-MR Olímpio Rodrigues de Melo Júnior

MN 2ªCL-MR Adriano Emídio de Souza

MN 2ªCL-MR Almério de Albuquerque Melo

MN 2ªCL-MR Douglas Amaral da Silva

MN 2ªCL-MR Antônio de Brandão Carvalho

MN 2ªCL-MR José Balbino Filho

MN 2ªCL-MR Almir José de Barros

MN 2ªCL-MR Osvaldo Souto de Oliveira

MN 2ªCL-MR Mário Sales da Costa

MN 2ªCL-MR Geraldo Pimentel Dias

MN 2ªCL-MR Jonas Eudoque dos Santos

MN 2ªCL-MR Theodoro Bernardo do Nascimento

MN 2ªCL-MR Oswaldo Moreira

MN 2ªCL-MR Ubaldo Mendes de Oliveira

MN 2ªCL-MR Oswaldo Cespe Barbosa

MN 2ªCL-MR Francisco Medeiros Silva

MN 2ªCL-AT Manuel Inácio da Cruz Filho

MN 2ªCL-AT Paulo Gonzaga da Silva

MN 2ªCL-AT Haroldo Rodrigues de Carvalho

MN 2ªCL-AT Letes Oswaldo de Lacerda

MN 2ªCL-AT José Maria Alves de Deus

MN 2ªCL-AT Nelson dos Santos

MN 2ªCL-AT Edgar Alves Marinho

MN 2ªCL-AT Edgar Ramalho

MN 2ªCL-AT Antônio Ezequiel do Nascimento

MN 2ªCL-AT José Octávio Tobias dos Santos

MN 2ªCL-AT Leônidas Mormello

MN 2ªCL-AT Evandro Ferreira Avelar

MN 2ªCL-AT Francisco Ricardo da Silva

MN 2ªCL-AT Antônio de Jesus

MN 2ªCL-TM Antônio Assis Pereira

MN 2ªCL-TM José dos Santos

MN 2ªCL-TM Aureliano Lopo da Rocha

MN 2ªCL-TM Carlos Amarante dos Santos

MN 2ªCL-TM Eugênio Maissiat

MN 2ªCL-TM Heráclito Patriarca dos Santos

MN 2ªCL-TM Adad Coelho da Silva

MN 2ªCL-TM José Joaquim da Costa

MN 2ªCL-TM Zulmar Vasconcelos Bandeira e Lemos

MN 2ªCL-TM Manuel da Rocha Lins

MN 2ªCL-SI Walter dos Santos Oliveira

MN 2ªCL-SI Fernando Eustásio de Araújo

MN 2ªCL-SI Pedro Ferreira (Pereira) de Castro

MN 2ªCL-SI Vitoriano Carneiro da Cunha Filho

MN 2ªCL-SI Ivaldo Vital Pereira

MN 2ªCL-TL Manuel Monteiro

MN 2ªCL-TL Pedro Ladislau de Almeida

MN 2ªCL-TL Manuel Sebastião Espíndola

MN 2ªCL-TL Francisco Nogueira de Souza

MN 2ªCL-ES Alberto de Azevedo Torres

MN 2ªCL-CP Guilherme Espíndola Pequito

MN 2ªCL-CP Edson de Carvalho Guimarães

MN 2ªCL-CP André Moreira

MN 2ªCL-MA José Pereira de Araújo

MN 2ªCL-MA Luiz Pereira

MN 2ªCL-MA Rubens Alves da Silva

MN 2ªCL-MA Paulo Francisco de Souza

MN 2ªCL-MA José Bahia de Amorim

MN 2ªCL-MA João Joaquim da Silva Filho

MN 2ªCL-MA Leopoldo Schiphorst

MN 2ªCL-MA Durval Cavalcante

MN 2ªCL-MA João Pinheiro da Silva

MN 2ªCL-MA Pedro do Monte Santo

MN 2ªCL-MA Alberto Burity

MN 2ªCL-MA Alcyr Rebelo

MN 2ªCL-MA Eládio Dominguez

MN 2ªCL-MA José Alfredo de Florença

MN 2ªCL-MA Álvaro Carlos Leal

MN 2ªCL-MA Lauro Virgílio do Nascimento

MN 2ªCL-MA Carlos Ovelheiro Coelho

MN 2ªCL-MA Osman da Costa Pino

MN 2ªCL-MA Walter Ferreira

MN 2ªCL-MA Ênio Gomes da Silva

MN 2ªCL-MA Anízio da Silveira Machado

MN 2ªCL-MA Denizart Jordão da Silva

MN 2ªCL-MA Francisco Coelho Rodrigues

MN 2ªCL-MA Antônio Reginaldo Filho

MN 2ªCL-MA Cícero Cardoso de Andrade

MN 2ªCL-MA Enock Teodoro Lago

MN 2ªCL-MA José George Telles Sampaio

MN 2ªCL-MA Manuel Severino da França

MN 2ªCL-MA Salvador Balbino de Matos

MN 2ªCL-MA Rosalvo José da Silva

MN 2ªCL-MA Heráclio de Araújo

MN 2ªCL-MA José Silva

MN 2ªCL-MA Milton Martins de Oliveira

MN 2ªCL-MA João Barbosa de Lima

MN 2ªCL-EL Oscar de Melo Lima

MN 2ªCL-EL Deusdedith Calixto da Silva

MN 2ªCL-EL Romério Guerra de Oliveira

MN 2ªCL-EL José Carlos de Souza

MN 2ªCL-EL Cícero Fernandes de Lira

GR Carlos de Souza Oliveira

GR Samuel Pedro dos Santos

GR Manuel Muniz de Brito

GR Bernardo Domingos da Silva

GR Antônio Conceição Neto

GR Nelson Ribeiro da Silva

GR Vampré Siqueira de Jesus

GR José Antônio da Silva

GR Agripino Domingos Costa

GR João Emílio

GR Astrogildo Rodrigues de Freitas

GR Francisco Monteiro Tavares

GR Hélcio da Silva

GR Florêncio Machado de Aquino

GR Manuel Bolívar

GR Orci Bergami

GR Waldemar Valentim de Freitas

GR Pedro Marques da Cunha

GR Francisco Ferreira da Rocha

GR João Barreto Filho

GR Francisco Jorge Maciel

GR José Meira da Silva

GR Edson Alves de Oliveira

GR José Holanda da Silva

GR Francisco Daniel da Silva

GR Raimundo Mendes Figueiredo

GR Manuel Genésio Monteiro de Albuquerque

GR José Amaro de Recife

GR Tarciso Mendes Lima

GR José Pessota

GR Eufran Barros Gomes

GR José Ferreira da Silva

GR Aluízio Pedro Lázaro

GR Florisvaldo de Freitas Conceição

GR Benedito da Fonseca Rondon

GR Lostenes Francisco Freitas

GR Guilherme dos Santos

GR Hélio Rodrigues Ferreira

GR Gastão Bizarro de Almeida

GR Oigres Duarte

GR Alair Bezerra dos Santos

GR Mércio Araponga

GR Renato Barros da Silva

GR Juceval Curvello

GR Raulino Pacheco de Mello

GR Luiz de Oliveira

GR Romão Martins

GR José Faria

GR Vandello Paulo Pereira

GR Nivaldo Dalsasse

GR João Lino de Almeida Júnior

GR José Rosa Viana

GR José Guilherme

GR Jayme Manhani

GR Idemar Nunes Marins

GR Anísio Gomes de Lemos

GR Agezelau Albuquerque de Lima

GR Raimundo de Paula Freitas

GR Antônio Silva Matos

GR Armando Mamede Júnior

TA 1ªCL-AR Amâncio Ignácio da Silva

TA 1ªCL-AR Plácido Pereira Paulino

TA 1ªCL-AR João Lopes Bessa

TA 1ªCL-AR Ademar Martins de Freitas

TA 1ªCL-AR Waldomiro Dias de Oliveira

TA 2ªCL-AR Manuel Ferreira de Oliveira

TA 2ªCL-AR Antônio Dias Barroso

TA 2ªCL-AR Manoel Trindade

TA 2ªCL-AR Alfredo de Oliveira

TA 2ªCL-AR Alexandre Ramos de Souza

TA 3ªCL-AR Manoel José de França

TA 3ªCL-AR Manoel Pedrosa

TA 3ªCL-AR Guttemberg José Ferreira

TA 3ªCL-AR João Soares

TA 3ªCL-AR Célio de Paula Pires

TA 3ªCL-AR Ari Conceição

TA 3ªCL-AR José Leonardo Lázaro

TA 3ªCL-AR Paulino Correia

TA 3ªCL-AR Silvestre Gayer

TA 3ªCL-AR Jorge Pimenta

TA 3ªCL-AR Hélio da Silva Moreno

TA 2ªCL-CO Severino Chagas da Silva

TA 3ªCL-CO João Antônio Barbosa

TA 3ªCL-CO Raimundo Nonato de Sá

TA 1ªCL-BA Domingos Menezes

TA 3ªCL-BA Jairo Fernandes Garcia

TA 1ªCL-PA Manoel de Matos

TA 1ªCL-PA João Lopes da Silva

SD-CT José Ferreira da Silva

SD-CT Benedito Corrêa

SD-CT José Eugênio da Silva

SD-CT Antônio Quirino da Silva

SD Onofre José de Freitas

MN (USN) Peter Emmet Salles

MN (USN) William Joseph Eustace

MN (USN) Andrew Jackson Pendleton

MN (USN) Frank Benjamin Sparks



Poema Balada da balsa vazia

Pleno Atlântico sul… O sol a pino
Torna mais causticante a calmaria ….
E sobre as ondas vai a balsa vazia.
[…]
Nela, sedentos e sem rumo certo,
Bravos marujos do Brasil havia…
Mas o mar os levou, está deserto…
E nas sombras da noite que vem de perto
Segue a balsa vazia…

– Mãe por que choras? Que tristeza a tua?
Papai querido há de voltar um dia!
Porém no olhar da esposa e mãe flutua
Uma balsa vazia…

Mas, eterna, a Marinha continua!
E, quando seus heróis reverencia
No altar da Pátria indômita, cultua
A memória dos Bravos do Bahia
Cuja saudade o tempo perpetua
Nessa balsa Vazia…

Nelson de Araújo Lima

Contact Us

Aliquam interdum, nisl sedd faucibus tempor, massa velit laoreet ipsum, et faucibus sapien magna at enim. Suspendisse a dictum tortor.

Curabitur venenatis leo in augue convallis, vulputate sollicitudin ex maximus.

120-240 Aliquam nec neque augue
Suspendisse tincidunt nunc,
vitae sagis justo 11000