Page 21 - Marinha em Revista
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ESTRUTURA                       Federal do Pampa Rodrigo Paidano
               Estão previstas as instalações dos  Alves.
            setores funcionais da Estação, que es-  A reconstrução da Estação possi-
            tão organizados em blocos. O bloco  bilitará dar continuidade a pesquisas
            superior abrigará os camarotes e as  importantes ligadas ao monitoramen-  Programa Antártico Brasileiro
            áreas de serviço de jantar/estar. No  to de fenômenos da alta atmosfera,
            bloco inferior, serão incorporados os  como temperatura e ondas gravitacio-  O Programa Antártico Brasileiro
            laboratórios e as áreas de operação e  nais, ao monitoramento da dinâmica  (Proantar) foi criado em janeiro de
            manutenção. Este mesmo bloco con-  do buraco de ozônio atmosférico e  1982 e, desde então, garante a presença
            templará as garagens e o paiol central.  dos raios ultravioleta, de parâmetros  do País na região austral. Nas suas
               Com design moderno e tecnologia   atmosféricos de superfície, inventários   três décadas, o Proantar realiza uma
            de ponta, a arquitetura da nova base  de fauna e lora locais (ambos terres-  média anual de 20 projetos de pesquisas
            contempla um conceito de planeja-  tres e marinhos), qualidade do ar, im-  nas áreas de oceanograia, biologia,
            mento semelhante ao que é empre-  pactos ambientais locais (contamina-  biologia marinha, glaciologia, geologia,
            gado a uma cidade de pequeno porte,   ção de solos) e outros. “Tenho certeza   meteorologia e arquitetura, além de
            isolada das demais facilidades urba-  de que a nova estação vai nos dar um   permitir à Marinha do Brasil, com o
            nas, em que se devem ter condições de   suporte maior e, também, nos auxiliar   apoio da Força Aérea Brasileira, realizar
            vida com boa qualidade e segurança  na realização de pesquisas de maiores   uma das maiores operações de apoio
            para toda a população residente.  dimensões, pois poderemos usufruir  logístico, em termos de complexidade e
               Com a conclusão das obras, a Es-  mais dos laboratórios que vamos ter  distância.
            tação Comandante Ferraz terá capaci-  aqui, das aparelhagens”, relatou a pes-
            dade para 64 pessoas durante o verão e   quisadora da Universidade Federal do
            34 no inverno. A ediicação brasileira   Pampa Juliana Ferreira.
            contará com 17 laboratórios, setor de
            saúde, biblioteca, sala de estar, entre
            outros departamentos. Ela abrigará      “Todo o estudo da obra foi realizado para que fossem
            uma população formada por militares
            da Marinha e pesquisadores.             minimizados ao máximo os possíveis impactos ambientais.
               Os civis permanecerão em pesqui-     Todas as intervenções são monitoradas para termos a
            sas por períodos de 30 dias durante o   certeza que estamos causando o menor impacto possível.
            verão antártico, que vai de outubro a   Só assim conseguiremos entregar um projeto maravilhoso
            março. Já os militares icam na estação   sem afetar a fauna e a lora da região”
            durante um ano para apoiar o desen-
            volvimento das atividades de pesquisa,   Engenheiro Ambiental da Ceiec,
            prover a manutenção das instalações e   Nicolau Lucif
            manter, permanentemente, a presença
            brasileira no continente.

            AS EXPECTATIVAS
               “A expectativa é que a nova Esta-
            ção permita que trabalhos, que hoje
            são realizados somente no Brasil,
            sejam feitos já in  loco. Por exemplo,
            com a nova Estação já poderíamos
            realizar a extração do DNA de algu-
            mas espécies e não perderíamos mui-
            to material no transporte até o Bra-
            sil”, relatou, ansioso, o pesquisador
            do programa de Pós-Graduação de
            Ciências Biológicas da Universidade
                                             Navio de Apoio Oceanográico “Almirante Maximiniano”
                                             durante atividades de apoio logístico à Estação
            MARINHA em Revista                                                 Ano 08 - Número 12 - março 2018  19
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